Santa Catarina é o estado que mais concentra favelas e comunidades urbanas em municípios localizados fora da Capital. Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), revelam que, em 2022, 60,9% das comunidades do Estado estão fora de Florianópolis.
Ainda segundo o IBGE, Santa Catarina possui 161 favelas e comunidades urbanas, com 1,4% (109.227 mil) da população total morando nessa situação em 40.537 domicílios, em 24 cidades dos 295 municípios de Santa Catarina.
No último Censo, divulgado em 2010, o Estado possuía 74 Aglomerados Subnormais, termo usado na época para se referir aos assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, ressacas, mocambos, palafitas, entre outros.
O aumento observado nos últimos anos não representa, necessariamente, um crescimento apenas demográfico, uma vez que a identificação dessas áreas foi aperfeiçoada durante o último Censo, assim como o mapeamento e a classificação desses territórios, o que explica, em parte, tal diferença, explica o IBGE.
Mulheres jovens e pretas predominam
As favelas e comunidades urbanas de Santa Catarina são ocupadas majoritariamente por mulheres, sendo a maioria jovens, com média de idade de 28 anos.
Ainda segundo o Censo, 0,5% da população que reside em favelas e comunidades urbanas de Santa Catarina é considerada indígena.
Brasil possui mais de 12 mil favelas e comunidades urbanas
Em âmbito nacional, o IBGE mapeou 12.348 favelas e comunidades urbanas em 656 municípios brasileiros. No total, são 16.390.815 residentes, o que representa 8,1% da população do país, sendo 7.917.108 (48,3%) do sexo masculino e 8.473.707 (51,7%).
Entre os estados, São Paulo é o que representa o maior número desse recorte territorial no Brasil, representando 25,3% do total. O Rio de Janeiro foi o segundo estado no ranking, com 1.724, com 14,0% do total. Pernambuco, por sua vez, possuía 849 Favelas e Comunidades Urbanas, representando 6,9% do total.
Ao todo, 7,2% dos domicílios (6.556.998) do país estavam localizados em favelas e comunidades urbanas em 2022.
O IBGE classifica o termo “favelas e comunidades urbanas” como territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.